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Dolarização: Quanto investir no exterior? Encontre a resposta certa para você.

  • Foto do escritor: Leonardo Strambi, CFA
    Leonardo Strambi, CFA
  • 30 de jun. de 2023
  • 4 min de leitura

Atualizado: 3 de jul. de 2023



Desde as últimas eleições, os ruídos de Brasília seguem a todo vapor, o que somado à crescente facilidade de acesso a instrumentos de internacionalização de investimentos para o público geral, fez com que um número cada vez maior de investidores passasse a buscar alternativas de dolarização de patrimônio.


As três perguntas que mais tenho recebido nos últimos meses são: 'Por que dolarizar?'; 'Quanto devo dolarizar?' e 'Faz sentido dolarizar com o dólar nestes preços?'


Neste post compartilhei como costumo responder aos questionamentos, com intuito de ajudar outras pessoas que podem ter essas mesmas dúvidas.


(1) Por que dolarizar?


Sempre defendo que a longo prazo todos devem ter um percentual do patrimônio no exterior. Em janelas longas, é fácil verificar que a diversificação geográfica historicamente melhora o retorno ajustado ao risco dos portfólios.


O investimento no exterior também ajuda a proteger o patrimônio em momentos de desvalorização do Real, portanto é uma ferramenta inteligente para a preservação de poder aquisitivo em uma moeda forte.


Além disso, o mundo está passando por mudanças extraordinárias, com um processo acelerado de evolução tecnológica cada vez mais centrado em capital intelectual.


O Ibovespa possui ótimas empresas, mas é fácil perceber que os grandes players que lideram o processo de inovação e progresso não estão no Brasil.

Para trazer alguns exemplos, a Inteligência Artificial, a Robótica, a Revolução Genômica, a Energia Verde, a Exploração Espacial, a Segurança Cibernética e o Hidrogênio, são alguns temas que vieram para ficar e vão mudar as nossas vidas de muitas formas.


A história do capitalismo nos mostra que o progresso costuma vir acompanhado de um processo de criação de valor. Diante disso, é relevante fazermos a reflexão: Como podemos capturar um pedaço desta riqueza que será criada nos próximos anos? Só existe uma forma: através de uma estratégia de diversificação internacional, que nos permita acessar os temas de inovação.

Quanto devo dolarizar?

Para entender o percentual adequado do seu patrimônio que deve ser enviado ao exterior, é muito importante fazer um exercício profundo de planejamento patrimonial, que leve em conta dois fatores fundamentais: projetos pessoais de longo prazo e disposição a risco. Minha orientação é que o valor enviado ao exterior seja um valor que você não precisará movimentar pelo menos nos próximos 10 anos, mas idealmente pensando em nunca mais repatriar. O primeiro passo é entender o quanto do seu patrimônio possui essa característica.

O segundo passo é procurar entender o quanto você aguenta de risco. Este é um ponto importante porque além dos investimentos no exterior serem mais voláteis, uma vez que todos marcam à mercado, à medida em que sua exposição internacional aumenta, a variação cambial passa a ser um fator de risco mais relevante para o seu portfólio.

Um erro muito comum que ocorreu nos últimos meses foi a dolarização sem planejamento, que acabou gerando arrependimento por parte de muitos investidores. Quando o investidor está alinhado em relação ao risco e ao horizonte de investimento, as chances de arrependimento reduzem drasticamente. Faz sentido dolarizar com o dólar nestes preços? Esta sempre é a pergunta mais difícil de responder. Em primeiro lugar porque, como dizem os mais sábios, taxa de câmbio foi criada para ensinar humildade aos economistas; e em segundo lugar porque a discussão tem muito mais a ver com a proteção patrimonial e estruturação de um portfólio mais completo e eficiente do que com câmbio. O grande desafio, do ponto de vista educativo, é esclarecer para o cliente que o investimento no exterior não deve ser norteado pelo câmbio, mas sim pela diversificação internacional e pelo acesso a modelos de negócio e fatores de risco que não temos no Brasil.

Desta forma, o preço do dólar deve impactar as decisões somente de forma marginal e no curtíssimo prazo. Sempre recomendo um bom planejamento, que preveja aportes em tranches espaçadas, de forma a atingir o percentual desejado do patrimônio em um horizonte previamente alinhado. Este horizonte pode ser de 6 meses, 1 ano, 2 anos ou 5 anos, por exemplo. Não tem uma regra clara, vai depender do perfil e das circunstâncias únicas de cada invetidor. Desta forma é possível fazer um preço médio de um período maior, bem como aproveitar momentos mais favoráveis dentro da janela definida para realizar os aportes.

Sempre gosto de encerrar lembrando que:

(1) Existem mecanismos de alocação tática para proteger ou aumentar a exposição temporariamente de variações cambiais, que podem ser utilizados em conjunto com a estratégia de diversificação internacional ao longo do tempo.

(2) Investimentos internacionais estão entre os principais pilares do planejamento patrimonial e demandam um alto nível de cuidado e diligência. Uma estratégia mal executada do ponto de vista tributário ou sucessório pode colocar a perder todos os benefícios da diversificação e o arrependimento pode custar caro.

O grande desafio é ignorar os ruídos e focar no processo.

 

Obrigado pela leitura.

Espero ter conseguido entregar o máximo de valor pelo mínimo de tempo.


Uma excelente semana e bons negócios.


Fundador e Assessor de Investimentos na Austria Capital

 

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*Opiniões e análises pessoais, que não refletem necessariamente visões institucionais, nem se configuram como recomendação de investimento.


*A Austria Capital preza pela qualidade de informações e análises, ressaltando, no entanto que não faz qualquer tipo de recomendação de investimento neste portal. Qualquer decisão de investimento deve ser sempre realizada em conjunto com um profissional certificado de mercado, observando aspectos pessoais, situação patrimonial e perfil de risco.

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