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Entenda como as lições da Escola Austríaca de Economia podem ajudar nos seus investimentos.

  • Foto do escritor: Leonardo Strambi, CFA
    Leonardo Strambi, CFA
  • 28 de dez. de 2022
  • 6 min de leitura

Atualizado: 10 de jan. de 2023

O nome Austria Capital faz referência à Escola Austríaca de Economia, uma linha de pensamento econômico surgida na Austria, mais precisamente em Viena, no século XIX, cuja principal característica é a defesa da liberdade econômica.


As inúmeras contribuições da Escola Austríaca trazem lições valiosas para os investidores atentos e permeiam os pilares da nossa Filosofia de Investimentos, servindo portanto de inspiração para nosso nome.


Os economistas austríacos são conhecidos por serem críticos da intervenção governamental na economia e por defender o papel importante da concorrência e do livre mercado na gerência de recursos eficientemente. A escola austríaca também enfatiza o papel dos ciclos econômicos e da incerteza na economia.


Contexto


O século XX foi marcado por uma crença de que o governo deveria controlar e solucionar os problemas econômicos. A dominância da defesa do intervencismo estatal contribuiu para o surgimento do keynesianismo, o marxismo, o estruturalismo e outras variantes de pensamento econômico, que continuam sendo muito difundidas até os dias de hoje nos meios acadêmicos.


As três principais escolas liberais de pensamento econômico que estruturaram críticas aos modelos intervencionistas são a Escola Austríaca de Economia, o Monetarismo e a Escola de Expectativas Racionais.


Entenda as críticas


A eficácia de políticas intervencionistas é extremamente discutível. É comum que seus resultados sejam muito diferentes de suas intenções, que seus custos para a sociedade sejam maiores do que eventuais benefícios gerados e que externalidades negativas deixem a sociedade em uma situação pior do que estava.

A famosa citação de Milton Friedman é cirúrgica: "Um dos maiores erros que existem é julgar os programas e as políticas públicas por suas intenções e não por seus resultados."


Além disso, nas democracias modernas, muitas vezes os grandes beneficiados por políticas intervencionistas são justamente os membros das classes políticas, que ao mesmo tempo em que se retroalimentam de narrativas encantadoras, porém na maior parte das vezes desconectadas da realidade, para justificar o quão necessários são para resolver os problemas e anseios da sociedade, são capazes de estruturar grandes programas de transferência indireta de riqueza do único setor produtivo da sociedade, a iniciativa privada, para os burocratas.

Os pilares teóricos


A escola austríaca de economia se baseia em alguns pilares teóricos importantes, incluindo:

  1. Individualismo metodológico: A escola austríaca enfatiza o papel fundamental da ação individual no processo econômico. Isso significa que os economistas austríacos procuram entender como as pessoas tomam decisões individuais e como essas decisões coletivamente influenciam a economia.

  2. Incerteza e ciclos econômicos: A escola austríaca enfatiza o papel da incerteza na economia e o fato de que as pessoas não podem prever o futuro com precisão. Isso leva a ciclos econômicos, em que a economia passa por ciclos de expansão e de contração.

  3. Livre empresa e concorrência: Os economistas austríacos defendem o papel da livre empresa e da concorrência como mecanismos importantes para garantir a eficiência na alocação de recursos. Eles são críticos da intervenção governamental na economia, argumentando que isso pode distorcer os preços e impedir o funcionamento eficiente do mercado.

  4. Teoria subjetiva do valor: A escola austríaca defende a teoria subjetiva do valor, que afirma que o valor de um bem é determinado pelo valor que as pessoas atribuem a ele. Isso significa que o valor de um bem é subjetivo e pode variar de pessoa para pessoa.

  5. Análise do processo de tomada de decisão: A escola austríaca também destaca a importância de entender o processo de tomada de decisão das pessoas e como essas decisões influenciam a economia. Isso inclui o papel dos erros de julgamento e da mudança de preferências ao longo do tempo.

 

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Aplicações nos mercados financeiros


A escola austríaca de economia tem algumas aplicações importantes aos mercados financeiros, incluindo:

  1. Análise dos ciclos econômicos: O papel dos ciclos econômicos e da incerteza na economia pode ser útil para entender como os mercados financeiros podem ser afetados por mudanças nas condições econômicas.

  2. Análise da intervenção governamental: As críticas da intervenção governamental na economia oferecem uma perspectiva útil sobre os possíveis efeitos dessas medidas nos mercados financeiros.

  3. Análise do papel da concorrência: Os economistas austríacos defendem o papel da concorrência como um mecanismo importante para garantir a eficiência na alocação de recursos. Isso pode ser relevante para entender como a concorrência afeta os preços e a rentabilidade de diferentes ativos financeiros.

  4. Análise do papel da incerteza: A escola austríaca também destaca o papel da incerteza na economia e pode fornecer uma perspectiva útil sobre como os investidores podem lidar com a incerteza nos mercados financeiros.

  5. Análise do papel da subjetividade no valor: A teoria subjetiva do valor defendida pela escola austríaca afirma que o valor de um bem é determinado pelo valor que as pessoas atribuem a ele. Isso pode ser relevante para entender como os investidores avaliam diferentes ativos financeiros e como essas avaliações podem mudar ao longo do tempo.

Principais autores e suas obras


Conheça alguns dos principais autores da escola austríaca de economia e suas principais obras.


  1. Carl Menger: Menger foi o fundador da escola austríaca de economia e um dos principais expoentes da teoria subjetiva do valor. Sua obra mais famosa é "Princípios da Economia Política", publicada em 1871.

  2. Ludwig von Mises: Mises é considerado um dos principais teóricos da escola austríaca de economia e foi um defensor fervoroso da livre empresa e da concorrência. Sua obra mais famosa é "A Ação Humana", publicada em 1949.

  3. Friedrich Hayek: Hayek foi um defensor importante da escola austríaca e foi premiado com o Prêmio Nobel de Economia em 1974. Sua obra mais famosa é "A Rota da Servidão", publicada em 1944.

  4. Joseph Schumpeter: Schumpeter é conhecido por sua teoria do "ciclo de Schumpeter", que descreve como as inovações tecnológicas podem levar a mudanças econômicas. Sua obra mais famosa é "Teoria do Desenvolvimento Econômico", publicada em 1911.

  5. Murray Rothbard: Rothbard foi um economista austríaco que defendia a anarquia e a propriedade privada absoluta. Sua obra mais famosa é "A Moralidade do Mercado Livre", publicada em 1962.

 

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Principais diferenças com outras linhas de pensamento econômico.


A escola austríaca de economia difere das outras principais escolas de pensamento econômico em vários aspectos. Algumas dessas diferenças incluem:

  1. Individualismo metodológico: A escola austríaca enfatiza o papel fundamental da ação individual no processo econômico, enquanto outras escolas de economia, como a escola keynesiana, tendem a enfatizar o papel dos agregados econômicos e da política macroeconômica.

  2. Incerteza e ciclos econômicos: A escola austríaca enfatiza o papel da incerteza na economia e o fato de que as pessoas não podem prever o futuro com precisão, o que leva a ciclos econômicos. Outras escolas de economia, como a escola clássica, tendem a assumir que a economia tende ao equilíbrio e ao pleno emprego.

  3. Livre empresa e concorrência: Os economistas austríacos são defensores ferrenhos da livre empresa e da concorrência como mecanismos importantes para garantir a eficiência na alocação de recursos. Outras escolas de economia, como a escola marxista, são críticas da livre empresa e defendem a intervenção governamental mais ativa na economia.

  4. Teoria subjetiva do valor: A escola austríaca defende a teoria subjetiva do valor, que afirma que o valor de um bem é determinado pelo valor que as pessoas atribuem a ele. Outras escolas de economia, como a escola clássica, defendem a teoria objetiva do valor, que afirma que o valor de um bem é determinado pelo trabalho necessário para produzi-lo.

  5. Análise do processo de tomada de decisão: A escola austríaca também destaca a importância de entender o processo de tomada de decisão das pessoas e como essas decisões influenciam a economia. Outras escolas de economia, como a escola keynesiana, tendem a assumir que as pessoas tomam decisões racionais com base em informações completas.

 

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Conclusão


As inúmeras contribuições da Escola Austríaca trazem lições valiosas para os investidores atentos e permeiam os pilares da nossa Filosofia de Investimentos, servindo portanto de inspiração para nosso nome.

Dentre as principais delas, podemos destacar a teoria dos ciclos econômicos, a união das demais ciências humanas com a economia, a análise da alocação de recursos escassos, a união de métodos de análise macro e microeconômicas e a análise de finanças comportamentais dos indivíduos em suas transações econômica.

Ao abordar os efeitos da moeda, dos juros e da mobilidade de capital sobre a economia, a Escola Austríaca oferece um ferramental robusto para a análise de ciclos econômicos e o entendimento do contexto macro atual, fatores fundamentais para uma alocação eficiente.


 

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Obrigado pela leitura.

Espero ter conseguido entregar o máximo de valor pelo mínimo de tempo.


Leonardo Strambi, CGA

Fundador da Austria Capital


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